quarta-feira, 17 de abril de 2013

Recontando a Lenda do Açaí

Recontando a Lenda do Açaí
Parecia não ter fim aquela chuva que começara próximo ao por do sol, caiam relâmpagos e trovões estrandecentes na floresta, animais, curumins e índios estavam paralisados em suas ocas, todos respeitavam a força de Tupã. Muitos índios acreditavam que ele castigava a tribo com a pior doença: a escassez da caça, a qual automaticamente provocava a doença da fome. Muitos índios suspiravam os seus últimos momentos. De um a um “iam ao encontro” de Tupã.

Itaki, o cacique supremo da aldeia, pediu que todos dançassem bravamente à Tupã para que ele tivesse piedade da tribo e mostrasse os rumos fartos da caça, da pesca. Horas depois Itaki, pegou em seu amuleto sagrado, que levava no peito e anunciou ao seu povo:

- Vou até o centro da mãe natureza falar com Tupã. Vou pedir pra ele acabar com o nosso sofrimento, tenho certeza que Tupã mostrará misericórdia ao nosso povo e apontará uma saída.!

Itaki olhou para o curandeiro, (o médico da tribo) e o chamou para acompanhar-lhe mata adentro, assim o fizeram. A chuva não dava trégua, os dois já andavam por mais de 10horas e não chegavam ao objetivo, o sol já dava os primeiros sinais do chegar do dia. De repente Itaki olhou para o curandeiro e disse:

- Venha comigo Guaracy já chegamos. Não fale nada.. Fique de joelhos e de cabeça abaixada, agora vou invocar o grande Tupã pra pedir-lhe conselhos.

Itaki, segurou o seu amuleto e em alto e bom som bradou respeitosamente a Tupã, dizendo o seguinte:

­ Tupã!!!Tupã!! Por favor, fale comigo, escute minhas súplicas, mostre um caminho, pra salvação do meu povo. Eles estão morrendo de fome! se quiseres te darei a minha vida, mas faça o meu povo sobreviver a essa moléstia de fome, daí-nos caça novamente!

Após alguns chamados, redundantemente suplicantes de Itaki, ouviu-se uma voz forte, que tornava-se Inexplicavelmente suave dizendo o seguinte:

- Vocês esqueceram-se de mim! Desprezaram a mãe natureza, tiraram vidas de animais inocentes, por isso tirei quase todo o alimento das florestas, mas como sou benevolente, ouvi suas súplicas. Por isso farei um acordo com a sua tribo: “nenhuma criança poderá nascer em sua aldeia, durante um período de dez luas minguantes. Se nascer uma só criança... ela deverá ser sacrificada, para lembrarem que eu existo, nesse período vocês também deverão cuidar muito bem da mãe natureza. Mas, para a tua alegria e a tua tristeza, acharás na décima lua minguante uma palmeira e chorarás aos pés do teu achado. Essa palmeira receberá o nome de trás para frente daquela que sorri para o alto, se tudo for cumprido como acordado tua tribo nunca mais terá fome.

- Muito obrigado Tupã, eu aceito e cumpriremos esse acordo, tenho certeza que não lhes decepcionaremos - Disse Itaki.

Emocionado e feliz o cacique pegou no braço do curandeiro o levantou e voltaram à aldeia. Itaki reuniu todos os membros da aldeia: mulheres, curumins, guerreiros e sábios. Em seguida informou o pacto que havia feito com Deus Tupã.

Daquele dia em diante o pacto tornou-se lei, quem o desobedecesse pagaria com as normas pactuadas com o Deus Tupã. Após o anuncio de Itaki todos sinalizaram positivamente e se comprometeram a cumprir o pacto que tornou-se LEI.

Passados nove luas minguantes descobriu-se o inesperado. Iaçá a filha predileta de Itaki de aproximadamente 17 primaveras, de cabelos escuros e lisos como um sarapó, olhos pretos, e pele macia como de um coelho, estava grávida. Quando a tribo descobriu a gravidez de Iaçá, todos os índios saíram para fora de suas ocas e começaram a chorar, por que sabiam que esse ato inesperado quebrava o acordo feito com o Deus Tupã. A única alternativa seria sacrificar a criança.

Itaki passou vários dias enclausurados em sua oca pensando no que iria fazer. Quando ouviu o choro de nascimento da neta, também chorou, gritou em silêncio para que ninguém ouvisse ou visse o seu sofrimento, amassou fortemente o amuleto que carregava em seu pescoço, até ferir-lhe a mão. Passados sete dias Itaki saiu de sua oca, foi até o local no qual encontrava-se Iaçá, ela estava feliz e sorridente pois ainda encontrava-se com a filha nos braços.

Sem alternativas Itaki pegou a neta nos braços e mandou reunir a tribo, quando todos estavam presentes, inclusive Iaçá, o cacique da tribo disse em alto e bom tom:

- A mesma lei aplicada às famílias dos caçadores, dos guerreiros, dos sábios e dos curandeiros, serve pra a família do Cacique. Nasceu uma criança inesperada, mesmo sendo a minha neta, não posso contrariar Tupã. Por isso, curandeiro, leve a menina pra pedra de sacrifício e a envie a Tupã.

Iaçá por mais que estivesse ciente do pacto firmado com o Deus da tribo, gritava e chorava pedindo clemência ao pai e ao Deus Tupã, mas de nada adiantou, a filha de Iaçá foi sacrificada para preservar o pacto feito com o Deus Tupã. Após o sacrifício Iaçá perdeu o sorriso do rosto, parou de comer, não sentia gosto para nada, todos os dias ela chorava diuturnamente, vivia enclausurada em sua oca. Itaki olhava para a filha, a compreendia e sempre pedia para ela esperar um pouco mais, pois logo, logo a lei seria revogada e poderia engravidar novamente.

Mas, antes que isso acontecesse, Iaçá ouviu um choro vindo da floresta, sentou-se e ficou esperando para ver se não estava delirando, minutos depois ouviu novamente e com maior intensidade. A índia tinha certeza que era o choro de sua filha que fora sacrificada, então Iaçá levantou-se, saiu da oca e seguiu o som do choro mata adentro. Andou por mais de três dias, certa noite viu ao pé de uma Palmeira, um vulto e o choro intenso, Iaçá rodeou a palmeira por várias vezes até cansar e cair ao pé da Palmeira, em sua queda olhou para cima sorriu e disse:

- Vida! Filha!!! Vida! Obrigado meu Deus Tupã.

Após essas palavras Iaçá foi ao encontro de Tupã.

Itaki estava muito preocupado com o desaparecimento de Iaçá. O cacique e vários guerreiros da aldeia, procuravam na floresta a jovem iaçá há alguns. Quando todos se preparavam para voltar à aldeia um índio gritou:

- Cacique Itaki! Cacique Itaki!!Achei, Achei a jovem Iaçá.

Todos correram ao encontro do chamado, viram a jovem morta, ela estava sorrindo e com os olhos abertos, como se indicasse alguma coisa boa. Itaki aproximou-se e disse:

- Filha! Filha, foste abençoada por Tupã, partistes com o sorriso na alma.

Itaki, olhou para o alto, na mesma direção apontada pelo sorriso de Iaçá, e viu vários frutinhos, em seguida chamou um Índio , que rapidamente fez uma peçonha, subiu na palmeira e apanhou um cacho das frutinhas e os entregou ao cacique, curiosamente Itaki olhou ao seu redor, viu uma imensa variedade dessa Palmeira e compreendeu os fatos:

- A partir de hoje, todos podem ter filhos novamente, pois Tupã nos mostrou o alimento que prometera há algumas luas atrás, quando ele me falou: “para a tua alegria e a tua tristeza, acharás na décima lua minguante uma palmeira e chorarás aos pés do teu achado. Essa palmeira receberá o nome de trás para frente daquela que sorri para o alto”. Por isso o nome desse fruto será Açaí, de trás pra frente Ìaça. Bem como cuidaremos cada vez mais da nossa natureza para nunca mais faltar alimento pra nossa aldeia. Vamos pegar da terra somente o necessário, vamos cuidar e plantar cada árvore derrubada.

E assim foi feito a tribo de Itaki nunca mais passou fome, pois cuidavam muito bem da natureza, a caça e a pesca tornou-se novamente abundante. A palmeira de Açaí tornou-se uma planta sagrada, o vinho do açaí passou a ser misturado há uma iguaria chamada farinha. O açaí tornou-se o prato típico da família indígena. Todos os curumins que nasciam na aldeia de Itaki tomavam uma cuia generosa de açaí para tornarem-se os guerreiros mais fortes e mais sábios da região, eles também tornaram-se os principais protetores e preservadores das terras do Açaí.

Asarias Favacho de Freitas

Belém,

março de 2013.


Da palmeira do Açaí tudo se aproveita .


Por Asarias Favacho: Professor e Sociólogo, 

Obs. este texto é parcial irei complementá-lo e revisá-lo. Se possível façam comentários.
boa leitura.


 
O vídeo acima " Açaí com Jabá retrata, de forma humorada, o "peso" enérgético do açaí.

A expressão “papa-chibé”, por exemplo, é utilizada como sinônimo de “autenticamente paraense” e indica um “comedor de derivados da mandioca”. “Aliás, a identidade no Pará se constitui pela comida e não pela ‘raça’ ou pela região. Lembre-se do ‘Chegou ao Pará, Parou. Tomou açaí, ficou’, traduzido: ‘Gostou da nossa comida? Tornou-se paraense!!’. Não construímos a nossa identidade pelas marcas indígenas, mas, sim, por meio das suas obras: a nossa comida”, sinaliza o antropólogo Romero Ximenes.


www.google.com.br/search?hl=pt-PT&gs_rn=9&gs_ri=psy


Origem, fatos culturais e curiosidades a respeito do Açaí

Açaí ou Juçara é o fruto bacáceo de cor roxa, que dá em cacho na palmeira conhecida como açaizeiro.
Nome científico: é Euterpe oleracea. Espécie: monocotiledônea

O Açaizeiro (palmeira do Açaí) é nativo de várzea da região amazônica, especificamente dos seguintes países: Venezuela, Colômbia, Equador, Guianas, e Brasil (estados do Amazonas, Amapá, Pará, Maranhão, Rondônia, Acre e Tocantins ), assim como em Trinidad e Tobago e nas bacias do Pacífico na Colômbia e no Equador.
Nas décadas de 60 e 70, antes das máquinas batedoras de açaí, as que hoje conhecemos e são utilizadas nos pontos de venda do vinho, os nossos pais e avós utilizam, as mãos, os pés e/ou outros utensílios como garrafas de vidros, para amassar e extrair o vinho do fruto. Nessas décadas as sementes de açaí tornava-se lama nos quintais paraenses, principalmente na região do baixo Tocantins, pois a fruta era pouco conhecida e reconhecida como potencial nutricional, energético, e exótico.
A partir da década de noventa o açaí tornou-se uma iguaria exótica, apreciada em várias regiões do Brasil e do Mundo, inclusive, tornou-se objeto de estudos de nutricionistas, cardiologistas, técnicos industriais, antropólogos e sociólogos... Vários experimentos científicos já comprovam a eficiência do fruto do açaí, assim como há muitos trabalhos acadêmicos a cerca do assunto.
Na atualidade o açaí é um alimento nutricional que ultrapassa fronteiras econômicas. Mas é importante ratificar que o fruto é um produto cultural tipicamente da culinária e necessariamente faz parte da identidade do povo paraense. Vale lembrar que essa fruta é uma iguaria puramente brasileira apreciada e abençoada pelo deus Tupã, segundo a lenda.
O açaí diferente de outras frutas, é um alimento, tornou-se um prato principal na mesa do paraense, consumido por todos independente do poder aquisitivo ou de classe social, vale lembrar que, mesmo quando o vinho alcança valores acima do preço da carne de primeira ou do próprio filé mignon, a população mais humilde, reserva o valor necessário para comprar e consumir o vinho de açaí.
Em outras regiões do País, talvez por falta de conhecimento ou por modismos da industria cultural, algumas pessoas acrescentam várias composições ao vinho do açaí, essas misturas podem ser prejudiciais, pois podem aumentar o valor calórico ou podem inibibir os nutrientes existentes na fruta.
O açaí é culturalmente comprado nas esquinas das ruas dos vários bairros da região metropolitana, ou nos supermercados de grande porte. Ariscarei em dizer que não existe um só bairro em Belém que não comercialize este produto, por isso é fácil encontrar e comprar o vinho em sua forma natural.
Durante o dia, identifica-se o local de venda do açaí, através de uma placa de ferro, no formato retangular, de cor vermelha (como se fosse uma bandeira). A noite coloca-se uma lâmpada em um recipiente de plástico (garrafa grande de katchup) em frente a placa (bandeira), para demonstrar que ainda há açaí para a venda. Quando o batedor do açaí tira as placas vermelhas da frente do ponto de venda, seja de dia ou durante a noite é um sinal de que não há mais o produto para vender aos consumidores.

Algumas breves questões econômicas relacionadas ao Açaí.
O Estado do Pará é o maior produtor da fruta do açaí no planeta, o qual é responsável por grande parte da produção mundial, no estado o maior produtor do fruto é o município de Igarapé-Miri, situado na região do Baixo Tocantins. A palmeira se desenvolve em áreas de várzeas, bem como se adapta em outros locais, possui um ciclo de vida significativo (duradouro) se comparado a outras furtas, pois o fruto do açaizeiro é produzido o ano todo no Pará.
Os meses de alta produtividade são: final de julho, agosto, setembro, outubro e novembro, nesse período o litro do açaí chega ao consumidor aos valores de R$ 3,00 a R$ 6,00 reais. Os demais meses são períodos de baixa produtividade, sinônimo de carestia. Podendo chegar de R$ 8,00 a 25,00 reais o litro.
A produção do Açaí no estado do Pará concentra uma grande parcela da população principalmente: ribeirinhos, vendedores, atravessadores, batedores, em fim, o processo passa por um grande cilco até chegar na mesa do consumidor. Envolve aproximadamente *duzentos e cinquenta mil pessoas. (250.000). Somente em Belém existem mais de 3.000 pontos de vendas do vinho de Açaí.
No ano de 2010 produziu-se no Brasil aproximadamente, 350mil toneladas do fruto. Por isso a extração do açaí consegue assegurar renda para muitas famílias, principalmente às ribeirinhas. Mesmo com todos esses dados, acima citados, os investimentos por parte do estado na produção e no cultivo da palmeira, bem como os investimentos aos ribeirinhos ainda são pífios.
Curiosidade: Muitas empresas derrubavam o açaizeiro para extrair o palmito, a fim de industrializá-lo. Essa prática contribuiu em muito para a escassez do vinho do açaí. Passados alguns anos, de práticas equivocadas, em derrubar a palmeira para extração do palmito, percebeu-se que a lucratividade é bem maior quando a palmeira produz o fruto do açaí.

Você sabe como preparar o vinho do Acaí?
Para preparar um saboroso vinho de Açaí o fruto precisa estar maduro, meio acinzentado, quando está entre o verde e o maduro, o fruto está parau e/ou parú, nesta fase está impróprio para extrair o vinho.
Preparando o vinho artesanalmente:
A pós a colheita do fruto é necessário lavá-lo bastante, repetidamente por várias vezes com água corrente, observe se não há algum tipo de fuligem, sujos, ou até pequenos insetos no cacho e/ou na fruta. Depois deixe os frutos por uns 40’minutos expostos ao sol em uma vasilha com água para amolecer os frutos, a água deverá ficar sobre o açaí no máximo 3 centímetros acima dos frutos. Esse processo desprenderá a polpa do caroço/semente, basta esfregar os dedos para verificar o processo. Leve-os a máquina e os ponha para bater acrecentando levemente a quantidade de água desejada. Caso não possua máquina, ponha as frutas em um recipiente (alguidar, panela de barro, panela de alumínio) amasse-os com as mãos, ou bata levemente com uma garrafa de vidro até a fruta soltar totalmente do caroço, misture um pouco de água e cue em um escorredor ou pano fino, estilo cuador de café.
Depois de pronto o açaí tornar-se-á o prato principal para muitos moradores da região Norte. Normalmente o vinho é misturado com a farinha de mandioca, ou farinha de tapioca, quase sempre é acompanhado por alguns condimentos como: O charque, camarão, carne assada, peixe frito, mortadela. Etc...
Segundo a lenda o nome AÇAÍ significa IAÇÁ ao contrário. IAÇÁ era filha do Cacique ITACKI, este último mandou sacrificar sua própria neta para manter um pacto feito com o Deus Tupã (ver: “recontando a lenda do Açaí”). Etimologicamente a palavra açaí, encontra-se no vocábulo tupi que significa fruto que chora.

O Açaí: da raiz ao fruto tudo se aproveita
Você sabe o que podemos utilizar da palmeira de açaí? Muito simples. TUDO!!!!!

As ramas (folhas)


 As folhas da palmeira são essenciais, além da importância natural para a palmeira e para o meio ambiente com elas fabrica-se as peconhas, abanos artesanais e até mesmo a cobertura de casas. 
 

Peconha: 



É um Feixe de folhas do açaizeiro, feita pelo caboclo marajoara para colocá-la nos pés para subir na palmeira do açaí, utilizando-a como um suporte para facilitar a subida do apanhador do cacho de açaí.


Fofóia: Local que guarda o Cacho do Açaí no processo de florecimento. Após um período essa fafóia cai e as crianças utilizam-na para brincar em córregos e rios da região norte, serve também para ornamentações.
Segue abaixo a explicação sobre a Fofóia por uma Aluna da EJA, da Escola Alfredo Cheves em Icoaraci,   Trabalho desenvolvido pelo Laboratório de Informática educativa(2013).

O cacho: Utilizado para ornamentação de festas natalinas, festivais regionais do açaí pequenas árvores de natal e como vassoura, para varrer folhas nos quintais;

A madeira do açaizeiro : É bastante utilizada para preparar cercados, casas, pontes etc...;


A raiz: Utilizada em tratamentos medicinais empíricos, até o momento da publicação deste trabalho não consegui-se indícios científicos , mas é bastante utilizada empiricamente pelo caboclo marajoara para dor de barriga;
Palmito: (figura abaixo ) Encontra-se na parte superior da palmeira entre as ramas(folhas) e o cacho, cerca de um metro abaixo das folhas. Por conta da exploração desordenada no final da década de noventa e início do século XXI, muitas palmeiras de açaí foram derrubadas.
Segue abaixo a explicação por uma Aluno (Fabiano) da EJA,   da Escola professor Alfredo Cheves em Icoaraci, sobre o Palmito extraído da Palmeira do Açaí.    Trabalho desenvolvido pelo Laboratório de Informática educativa(2013).
 
 
O caroço (Semente) do Açaí

 Serve principalmente para produzir novas mudas. Vários moradores de Belém utilizavam o caroço e/ou semente, como alternativa de aterro, em locais que alagavam em Belém. Atualmente é bastante utilizado para fabricação artesanal de pulseiras, cordões, brincos e etc... Há quem afirme que o caroço, despolpado, serve para misturar ao concreto da construção civil, para tornar a massa mais leve....
Vale ressaltar que: quando os caroços do açaí passam por um processo industrial para ser despolpado, a semente torna-se fraca, fica pouco aproveitável para o replantio.

Informações Nutricional.

Recentemente em matéria exibida no Globo Reporte do dia 12 de abril de 2013 a cardiologista da UFPA (Claudine Alves Feio) efetivou pesquisas com dois grupos coelhos a cientista comprovou que o açaí é uma super fruta, benéfica ao coração e ao combate o colesterol. Vale frisar que a experiência foi efetivada com o vinho de açaí puro, ou seja sem as misturas tradicionais feitas pelos paraenses, que normalmente acrescentam farinha e/ou açúcar em grande quantidade ao vinho de açaí.


Veja o vídeo a baixo





Açaí Puro
(valor nutritivo por 100g)[16][17]
água: 48,0g
resíduos totais: 1,58 g
fibras: 16,9 g
proteínas: 13 g
lípidos: 17 g
glícidos: 1,5 g
potássio: 932 mg
magnésio: 174 mg
fósforo: 124 mg
cálcio: 286 mg
sódio: 56,4 mg
zinco: 7 µg
ferro: 1,5 µg
cobre: 1,7 µg
vitamina C: 0,01 mg
vitamina B1: 11,8 µg
vitamina B2: 0,32 µg
vitamina B3: 1738 µg
vitamina B5: 1389 µg
vitamina B6: 257 µg
vitamina B9: 0 µg
vitamina B12: 0 µg
vitamina A: 146 UI
retinol: 0 µg
vitamina E: 2,07 µg
vitamina K: 20 µg
Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/A%C3%A7a%C3%AD


Proteínas: mantém os tecido-celulares, combate as infecções e ajudam na formação da hemoglobina do sangue.
Carboidratos: promove energia para o corpo.
Fibras: contribui para evitar o excesso de colesterol, melhora as diabetes e protege a mucosa intestinal.
Cálcio: contribui na formação dos ossos e dos dentes, na contração muscular e na coagulação sanguínea.
Magnésio: participa na formação de dentes e ossos e intervém no relaxamento muscular.
Manganês: essencial no desenvolvimento de ossos saudáveis e na cicatrização de feridas.
Fósforo: importante na formação de ossos e de dente.
Ferro: contribui para a formação da hemoglobina do sangue e da respiração celular.
Sódio: tem a função de manter o equilíbrio aquoso, retendo a água.
Potássio: contribui para o relaxamento muscular e para a secreção de insulina através do pâncreas.
Cobre: participa na formação de tecidos e no sistema nervoso central.
Zinco: mantém a pele, cabelo e unhas, além de auxiliar no e funcionamento dos órgãos reprodutores.
Vitamina B3: mantém o equilíbrio da pele e do sistema nervoso.
Vitamina C: aumenta as defesas contra infecções e fortalece as paredes dos capilares sanguíneos e artérias.
Gordura: contribui para a produção de energia.
Fonte: Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (Unicamp).
Adaptado de: http://www.mixersbrasil.com.br/nutrientes-encontrados-no-acai/

Iguarias exóticas feitas da Polpa do açaí

Pudim de Açaí: duas latas de leite condensado, a mesma proporção de vinho de açaí grosso, uma colher de sopa de maisena 3 ovos grandes, e três xícaras e açúcar para preparar a calda leve-o ao forno por 45minutos em banho-maria

     Creme de açaí: Duas latas de leite condensado, 300gramas da polpa do açaí, uma lata de creme de leite, junte os ingredientes no liquidificador bata-os até ficar uma mistura homogênea, em seguida ponha o creme em um recipiente, preferencialemtne de vidro e leve-o ao congelador.

     Chopp/sacolé de açaí: ponha um litro de açaí grosso e a mesma proporção de água, trezentos gramas de açúcar, ou a agosto, em seguida misture-os em um recipiente estilo jarra e encha os saquinhos de 100ml deixando um espaço para amarrá-los após esse processo ponha-os no congelador.(dica no congelador ponha uma sacola plástica aberta para que os chopps não grudem no congelador)

Mingal de Açaí
Sorvete de Açaí:
Picolé de Açaí:

Conclusões:

     É inegável que o açaí, o fruto que chora, legado indígena, representa para além da culinária, o açaí está intrinsecamente ligado, arraigado à identidade do povo paraense. Na questão econômica é responsável pela sobrevivência direta e indireta de muitos trabalhadores, assim como movimenta uma significativa parcela no comércio econômico do estado. Cientificamente está comprovado que a fruta possui grandes potenciais nutricionais, inibi o colesterol ruim, contribuiu para o bom funcionamento do coração, em fim, pode-se dizer que a palmeira do Açaí mesmo aparentando ser uma palmeira magérrima, frágil é considerada por muitos cientistas como uma palmeira da qual tudo se aproveita.


Abaixo propositivamente exibirei um texto da UFPA que ressalta alguns conceitos relacionados ao açaí.

     Professor de Antropologia da UFPA apresenta pesquisa relacionando o consumo do açaí com a sociedade paraense
Muitos pesquisadores já estudaram os usos do açaí, mas poucos pensaram nessa fruta como parte das relações existentes na sociedade paraense. Visto em muitas épocas como elemento de subalternidade ou até mesmo divisor de classes, é fato que o açaí ainda hoje é considerado um alimento sagrado de todos os dias, principalmente em municípios do interior do estado. Além de ser refeição, o consumo do açaí produz sentidos, sendo eles simbólicos, ligados à mitologia e tradição; ou funcionais, através de suas utilidades.
E foi pensando nos benefícios e na importância econômica do açaí que o antropólogo e professor da Universidade Federal do Pará, RomerFofóiao Ximenes, desenvolveu durante quatro anos, pesquisas sobre o consumo e produção deste fruto, através de entrevistas, arquivos históricos e livros, relacionando-os ao comportamento do povo paraense. O resultado do trabalho foi exibido na palestra “O açaí como teoria geral da sociedade paraense”, apresentada na semana passada a professores, pesquisadores e alunos no encontro “Quartas de Antropologia”, que acontece semanalmente no Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFPA.
No encontro, foi levantada a questão de que, a partir do açaí, podem ser rastreadas as formas como a sociedade paraense se vê nas artes, na cultura, no padrão alimentar, enfim, em todas as suas dimensões. “O açaí permite descobrir a sociedade paraense, e entender como ela se explica, se justifica e encontra suas formas de legitimação”, ressalta Romero Ximenes.
Um dos reflexos dos costumes ligados ao consumo do açaí é o uso, por comunidades mais tradicionais do Pará, da expressão “jibuiar”. Esse termo define o hábito tão comum de tomar açaí no almoço e dormir em seguida. A expressão tem sua origem no comportamento das jibóias, que após fazerem a sua principal refeição diária ficam horas paradas, esperando que a comida seja digerida.
O mercado do açaí – Atualmente o açaí está sendo produzido e vendido em diversos lugares do mundo, adquirindo novas formas e sabores, de acordo com cada localidade. “Com o processo de globalização, é impossível proibir a produção externa do açaí, mas a solução para manter o seu valor identitário no Pará seria transformar o estado em um grande centro de excelência na fabricação do melhor açaí”, propõe Romero Ximenes.
Apesar do açaí ainda ser de grande importância local, o antropólogo o define como sendo uma ‘economia não-econômica’, pois ele ainda não é valorizado dentro da lógica de mercado na própria região. “O nativo perdeu o controle tecnológico sobre o açaí. O processo de auto-exotização da culinária paraense transformou o açaí em uma comida para turista ver”, afirma o professor.(...)

Obs. este texto é parcial irei complementá-lo e revisá-lo, boa leitura.

Referências:

Freitas, Asarias Favacho. A literatura como alternativa Sociológica: cotidiano comum no incomum chegando na hora da saída Belém Pará – editora Boos, 2009.


Receitas do pudim, creme e chopp. Lucilene Mota de Miranda 2013 (pedagoga e doceira)

Estamos de volta!

Galera recuperei o nosso Bloger: socilizando conhecimentos por Prof. Asarias Favacho então voltarei a alimentá-lo