segunda-feira, 22 de abril de 2013

poesias sobre o açaí


 
Decidi construir algumas poesias nas quais retratam a história do nosso paraense Açaí, já que a literatura contribui em muito para manter viva a história, a cultura e a identidade de um povo.  Confesso que são poesias singelas.
 


 
IAÇÁ, de trás pra frente AÇAÍ

Um dia o cacique Itacki decretou,
que os nascidos fossem sacrificados.
Ao deus Tupã ofertou,
os pobres nascidos marcados.

Choravam angustiados,
de fome tristeza e dor.
Ao verem os filhos brutalmente sacrificados,
Os índios pediam clemência com muito fervor.

Meses depois ao decreto,
Uma índia engravidou.
Itaki pensava nos desafetos
Iaçá não suportou.

Itaki desesperado chorou,
por muitas luas cheias.
Mas, como cacique não fraquejou,
e a neta se foi às estrelas.

A linda índia sorridente,
não suportou tal tortura.
Mesmo fraca de fome e doente,
atrás da filha saiu à procura.

Foi quando ela avistou,
abaixo de uma palmeira.,
O vulto da filha gravou,
chorou desesperada a grande guerreira.

A partir daquele dia Itaki decretou,
não sacrificar uma cria.
Pois o alimento Tupã lhes ofertou,
aquele fruto que da palmeira escorria.

Ao lembrar da neta e da filha mortas,
Itaki ficou embaraçado.
Sorrindo percebeu muitas palmeiras tortas,
IAÇÁ de trás pra frente resulta em vinho abençoado.
Asarias Favacho 2010





Descubra-me


Quando só, sou muito frágil,

mas, se juntas, somos forte forte.

Trançadas torno o caboclo ágil,

sou trança nascida no norte.



Deixarei mais algumas pistas,

de tudo que posso fazer.

Sustento o peso dos alpinistas,

escalo palmeiras até desfazer.



Feita pela mão marajoara não arrego,

o carrego firme do Pará à Macedônia.

Com orgulho as ramas entrego,

sou forte, do Norte, sou a Peconha.

 Asarias Favacho 2013


 
O cacho



Ornamenta festas e festivais,

Ainda que humilde, exuberante.

Por décadas aparatoso nos carnavais,

na avenida transforma-se em gigante.



Após as folias voltava a varrer,

feliz, alegre amontoava as sujeiras.

Pouco a pouco tornava a avenida a crescer,

varrendo, sacudia, expurgava a poeira.



Lembrou-se de outra atividade,

Exercida no norte.

Era jovem de pouquíssima idade,

Carregava o fruto que combate a morte.



O grandioso cacho abençoado,

Entrega-se muitos afazeres.

Nunca sentiu-se cansado,

A fruta que carrega propicia mil prazeres.


 Asarias Favacho 2013


Sobrevivência
  
Ao amanhecer o vejo cinzento, sensual a idade o revela maduro.
O vento o faz acenar aos próximos das várzeas, despercebidos navegantes.
Triste por não ser visto, deixa-se levar pelo primeiro tucano que o bicou.


Sobe ao bico do futuro extinto, olha para trás, despede-se dos demais agarrados aos cachos. Esses ainda não possuem um destino traçado.
No bico do pássaro, imagina ter tirado a sorte grande, todavia, o destino depende do predador, pois a qualquer momento poderá deixá-lo cair na Baia do Guajará. Tornando-o  natimorto

Felizmente o pássaro paraense pousou num aeroporto verde, deliciou-se com o néctar de Tupã.
Após a dieta, o tucano o expurgou para o longe, como se ouvisse os apelos à liberdade, pedidos pelo viajante.
Na queda livre, enfrentava corajosamente: a força do vento e a dureza dos galhos.
Gritava desesperado por ajuda, pois não sabia voar, as folhas o ouvira, amorteceram a queda.

Caiu sobre uma rígida raiz, a qual o arremessou ao longe, à várzea. No chão, ainda com dores, olhou para todos os lados, escondeu-se entre os húmus e folhas.

Passado o susto da viagem, sorriu timidamente, adormeceu, irá hibernar por alguns dias. Quando acordar lutará pela sobrevivência contra os insetos, fungos, pássaros, ventos, chuvas, sol, homens, pragas.....
então tornar-se-á uma palmeira, mesmo sofrendo tanto, doará seus frutos aos predadores, torcerá pela permanência do ciclo de sua espécie.

 
 Asarias Favacho 2013


O alicerce da palmeira

O alicerce da magricela palmeira,
a alimenta com os nutrientes do solo.
Conhecida ultrapassou as fronteiras
Carrega a euterpe oleracea no colo.

Não reclama da cena ou dos cenários,
dirige os bastidores.
Aplaudida em diversos plenários,
okocun para os atores.

Por ela vem a dieta surpreendente,
À magricela feliz.
A função a deixa contente,
Dirigindo, atuando, chama-se Raiz.

 Asarias Favacho 2013


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