Decidi construir algumas poesias nas quais retratam a história do nosso paraense Açaí, já que a literatura contribui em muito para manter viva a história, a cultura e a identidade de um povo. Confesso que são poesias singelas.
IAÇÁ, de trás pra frente AÇAÍ
Um dia o
cacique Itacki
decretou,
que os
nascidos fossem
sacrificados.
Ao deus Tupã ofertou,
os pobres
nascidos marcados.
Choravam angustiados,
de fome tristeza e dor.
Ao verem os filhos brutalmente sacrificados,
Os índios pediam clemência com muito fervor.
Meses depois ao decreto,
Uma índia engravidou.
Itaki pensava nos desafetos
Iaçá não suportou.
Itaki desesperado
chorou,
por muitas
luas cheias.
Mas, como
cacique não
fraquejou,
e a neta
se foi às
estrelas.
A linda índia sorridente,
não suportou
tal tortura.
Mesmo fraca
de fome e
doente,
atrás da
filha saiu à
procura.
Foi quando
ela avistou,
abaixo de
uma palmeira.,
O vulto
da filha
gravou,
chorou desesperada
a grande
guerreira.
A partir
daquele dia
Itaki decretou,
não sacrificar
uma só cria.
Pois o
alimento Tupã
lhes ofertou,
aquele fruto
que da
palmeira escorria.
Ao lembrar
da neta e
da filha
mortas,
Itaki ficou embaraçado.
Sorrindo percebeu muitas palmeiras tortas,
IAÇÁ de
trás pra
frente resulta
em vinho
abençoado.
Asarias Favacho 2010
Descubra-me
Quando
só,
sou
muito
frágil,
mas,
se
juntas, somos forte
forte.
Trançadas
torno
o
caboclo
ágil,
sou
trança
nascida
no
norte.
Deixarei
mais
algumas
pistas,
de
tudo
que
posso
fazer.
Sustento
o
peso
dos
alpinistas,
escalo
palmeiras
até
desfazer.
Feita
pela
mão
marajoara
não
arrego,
o
carrego
firme
do
Pará
à
Macedônia.
Com
orgulho
as
ramas
entrego,
sou
forte,
do
Norte,
sou
a
Peconha.
Asarias Favacho 2013
O cacho
Ornamenta
festas
e
festivais,
Ainda
que
humilde,
exuberante.
Por
décadas
aparatoso
nos
carnavais,
na
avenida
transforma-se
em
gigante.
Após
as
folias
voltava
a
varrer,
feliz,
alegre
amontoava
as
sujeiras.
Pouco
a
pouco
tornava
a
avenida
a
crescer,
varrendo,
sacudia,
expurgava
a
poeira.
Lembrou-se
de
outra
atividade,
Exercida
lá
no
norte.
Era
jovem
de
pouquíssima
idade,
Carregava
o
fruto
que
combate
a
morte.
O
grandioso
cacho
abençoado,
Entrega-se
há
muitos
afazeres.
Nunca
sentiu-se
cansado,
A
fruta
que
carrega
propicia
mil
prazeres.
Asarias Favacho 2013
Sobrevivência
Ao
amanhecer
o
vejo
cinzento,
sensual
a
idade
já
o
revela
maduro.
O vento o faz acenar aos
próximos das várzeas, despercebidos navegantes.
Triste
por
não
ser
visto,
deixa-se
levar
pelo
primeiro
tucano
que
o
bicou.
Sobe
ao
bico
do
futuro
extinto,
olha
para
trás,
despede-se
dos
demais
agarrados
aos
cachos.
Esses
ainda
não
possuem
um
destino
traçado.
No
bico
do
pássaro,
imagina
ter
tirado
a
sorte
grande,
todavia,
o
destino
depende
do
predador,
pois
a
qualquer
momento
poderá
deixá-lo
cair
na
Baia
do
Guajará.
Tornando-o
natimorto
Felizmente
o
pássaro
paraense
pousou
num
aeroporto
verde,
deliciou-se
com
o
néctar
de
Tupã.
Após
a
dieta,
o
tucano
o
expurgou
para
o
longe,
como
se
ouvisse
os
apelos
à
liberdade,
pedidos
pelo
viajante.
Na
queda
livre,
enfrentava
corajosamente:
a
força
do
vento
e
a
dureza
dos
galhos.
Gritava
desesperado
por
ajuda,
pois
não
sabia
voar,
as
folhas
o
ouvira,
amorteceram
a
queda.
Caiu
sobre
uma
rígida
raiz,
a
qual
o
arremessou ao
longe,
à
várzea.
No
chão,
ainda
com
dores,
olhou
para
todos
os
lados,
escondeu-se
entre
os
húmus e
folhas.
Passado
o
susto
da
viagem,
sorriu
timidamente,
adormeceu,
irá
hibernar
por
alguns
dias.
Quando
acordar
lutará
pela
sobrevivência
contra
os
insetos,
fungos,
pássaros,
ventos,
chuvas,
sol,
homens,
pragas.....
Só
então
tornar-se-á
uma
palmeira,
mesmo
sofrendo
tanto,
doará
seus
frutos
aos
predadores,
torcerá
pela
permanência
do
ciclo
de
sua
espécie.
Asarias Favacho 2013
O alicerce da palmeira
O
alicerce
da
magricela
palmeira,
a
alimenta
com
os
nutrientes
do
solo.
Conhecida ultrapassou as
fronteiras
Carrega
a
euterpe
oleracea
no
colo.
Não
reclama
da
cena
ou
dos
cenários,
dirige
os
bastidores.
Aplaudida
em
diversos
plenários,
okocun
para
os
atores.
Por
ela
vem
a
dieta
surpreendente,
À
magricela
feliz.
A
função
a
deixa
contente,
Dirigindo,
atuando,
chama-se
Raiz.
Asarias Favacho 2013
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